o mamão e o mar de maceió
se você por acaso ler este texto, me avisa (insta @adripatamoma)? porque tenho a impressão de que, depois de tanto tempo, ninguém mais acessa isto aqui - e queria matar (mais essa) curiosidade ;-)
quase 8 anos sem blogar - toda a minha vida em Brasília! resumindo, foi tempo de bastante trabalho, muita aprendizagem profissional, muitas mudanças dentro do banco, muitas descobertas, muita realização, muuuuuitas pessoas legais, muitos brigadeiros, uma delícia só! teve também frustrações (especialmente emocionais) e, com elas, mudanças aos montes - a vida ficou mais leve, saudável e focada, e tenho gostado demais disso. não sei se vale pra todo mundo, mas eu só cresço e floresço pra valer com as adversidades - acho que sou flor do deserto... ha! a parte boa é que, depois de aprender com os sofrimentos, geralmente chegam tempos espetaculares de bonança, em que as minhas flores ficam lindas, são admiradas, demoram pra cair, e ainda geram frutos - não tem como não agradecer pelos problemas que trazem tanta coisa incrível (mesmo que primeiro venha a parte da dor). enfim. 8 anos sem escrever nada por aqui; processando os acontecimentos todos de outra forma, em outros canais, com outras dinâmicas.
e aí chega o mar de maceió, cheio de dengo (e charme e braveza e busca e desvios e graça divina), dizendo que gosta de surpresas. e que queria mesmo era um post. (fazendo um paralelo tosco, acho que o mamão gosta muito mais de afagos e desafios. e novidades, especialmente as musicais, por enquanto.) e a ideia de blogar parece irresistível, mesmo eu estando sem prática alguma, já que agora só escrevo textos curtíssimos, que acompanham fotos, ou documentos imensos sobre finanças e economia e regulação e sustentabilidade, que nunca trazem a mesma graça nem a mesma liberdade.
e por onde a gente começa a falar sobre o mar de maceió e o mamão? pelas qualidades? pelas semelhanças e diferenças? pelas percepções? pelo dito? pelas curiosidades? pelas buscas? pelas vontades? o que, exatamente, vai ser desnudado primeiro? ainda não sei... mas tem que escolher algo, né?
vamos começar falando do meu fascínio pelo mar? quem me conhece, mesmo que só um tiquinho, sabe o quanto ADORO o mar. assim, exageradamente. em letras maiúsculas, mesmo. sabe o quanto ele me acalma e energiza ao mesmo tempo. me embala, me lava a alma, me traz contentamento, me encanta com a sua cor, o seu cheiro, os seus sons e o seu toque. me aterra, me realiza, me faz boiar e sonhar e querer, me dando forças pra batalhar e realizar. o mar me faz pensar e questionar e, ao mesmo tempo, relaxar com a certeza de que, no embalo dele, tudo funciona, de uma forma ou de outra. o mar foi a minha primeira fonte de meditação, quando eu ainda nem desconfiava que existia isso de meditar. não tem nada como estar imersa nas águas marinhas, pra mim. o mar acaba, muitas vezes, sendo o meu melhor lar. por mais que eu goste de outras águas, como as de cachoeiras e rios e piscinas e chuvas, não tem nada igual ao mar, e talvez seja por isso que ele more no fundo do meu coração. ou será ele mora ali por causa disso? o fato é que não tem nada mais gostoso do que estar ali, nele, perto dele, olhando pra ele, sentindo tudo o que ele traz, mergulhada nele, saboreando o sal da água, o cheiro da brisa e a temperatura do dia. ah, o azul do mar... o mar me encanta e fascina e atrai e desperta e embala como só ele sabe fazer. o mar é o meu porto seguro, mas é também a minha maior aventura, e não dá pra ser melhor do que isso, dá?
não sei se o mar de maceió tem todas essas qualidades - veja bem... não conheço muito desse mar, ainda. visitei-o apenas uma vez, com a mamis, em 2003. ou foi ontem? sei que voltei encantada da praia e, ao mesmo, tempo incomodada com algo. não sei, exatamente, o que foi que incomodou. medo do completamente desconhecido e sem referência alguma? trauma de algum outro mar? ou minha intuição captou algo que ainda não sei o que é? tou tentando descobrir - e por enquanto a resposta mais plausível é que eu estava cansada demais (e, com isso, rabugenta e intolerante e impaciente - não com o mar, mas comigo mesma e com o meu cansaço aterrorizante). o que me encantou, sei bem demais. já tive tempo o suficiente de revisitar os encantos, de olhos fechados, respirando de mansinho o tempo todo, mas com o coração galopante em alguns momentos. tipo agora. agora, chegada a hora de falar dos encantos, o coração acha que é cavalo e corre pelos campos que existem dentro e fora de mim. né?
(pausa pros suspiros. respira fundo. come o brigadeiro do dia. acalma o frio na barriga e vai com fé. deixa de falar do mar e do mamão e fala de si mesma, que tudo fica mais fácil - prometo! deixa os parágrafos de lado e emenda as palavras e frase todas, que dá certo. just go!)
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eu tinha comentado com a mamis e com a rê, no sábado, que estava conhecendo alguém que parecia bem bacana - e outros alguéns também; tudo online. me sentindo quase que voltando 25 anos no tempo, na época em que conheci tanta gente legal pela internet novidadeira no brasil. eu disse pra elas que encontraria o alguém interessante no dia seguinte, domingo (a.k.a. ontem), logo depois de chegar em casa, desfazer as malas, lavar roupa e arrumar as coisas todas. contei que o mais legal desse moço era o fato dele parecer ser, além de interessante e bacana, empolgado/animado/feliz. olhando pra trás, me dei conta de que muitos dos meus relacionamentos foram com gente muuuuuito menos feliz do que eu. em parte, claro, pq as pessoas não são felizes assim, claro que sei e entendo - sou meio aberração da natureza nesse sentido e ok, as pessoas são diferentes e eu tenho isso no sangue, vindo lá da vó e da mãe e presente tb na irmã, isso da felicidade com as pequenas belezas do dia-a-dia, do sorriso constante, do otimismo incessante e da certeza que não esmorece nunca de que, de uma forma ou de outra, as coisas são como têm que ser, e no final tudo se ajeita. mas voltando aos relacionamentos passados, todos com caras bem menos felizes do que eu - até teve gente empolgada e/ou contente, só que, no geral, todos os meus amores envolveram gente com períodos de tristeza profunda, de depressão, de desânimo. o rick me perguntou se eu sabia o que me atraiu nessas pessoas todas - e expliquei. mamis perguntou sobre um outro alguém, e eu disse que ele é um cara com quem tenho certeza de que as coisas funcionariam muito bem, pelo menos por um tempo, já que ele se parece tanto com aquilo que adoro e conheço e já vivi - e que, por isso mesmo, não devo fazer essa escolha, né? reviver ciclos que já sei como acabam? o legal é poder quebrar esses padrões. e é aí que entra o moço-mar de maceió, o alguém que parece interessante e bacana e empolgado/animado/feliz e que, claro, tem mil e vinte e oito outras qualidades que me encantam.
se precisar resumir numa palavra só, acho que ele tem me ganhado pela doçura. ou por aquilo que percebo como doçura, que consiste não apenas em ser doce, mas em mostrar mais do que se quer mostrar e em ir atrás do que se deseja ter. gosto muito disso. acho que por eu me mostrar tanto, sempre, pra tudo e pra todos, aprecio gente que também está disposta a ser mais transparente. percebendo que o mar de maceió não tem a mesma facilidade que eu nisso do responder os questionamentos todos, por exemplo, é lindo ver que ele está genuinamente tentando - não só responder as minhas novecentas e trinta e duas milhões de curiosidades e perguntas difíceis, mas também mexer comigo de outras formas, que talvez funcionem mais pra ele, e confesso que têm funcionado demais pra mim também). já deu pra perceber que estou derretendo? hahahahaha. porque tou. e é gostoso, isso! mesmo o racional me dando broncas e brigando horrores com o emocional (porque eu não devia deixar rolar assim, de novo, de novo, de novo tão rápido e tão entregue e tão adolescente, devia? e por outro lado, como controlar isso quando o moço-mar parece também não controlar muito?), tem sido tudo muito gostoso: as conversas, as descobertas, os interesses, as gracinhas, os abraços, as trocas, os mares e os mamões. gostoso o suficiente pra decidir embarcar e ver onde é que o mar vai me levar. porque no fundo, no fundo, é isso o que me interessa: trocar, compartilhar, fluir (nadar e estar no mar).
e por agora, chega! depois, talvez tenha mais.
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