just like heaven

Tudo parece ousado àquele que a nada se atreve, por isso... atreva-se!

10 agosto 2010

coisas da vida

comecei a ler o livro dos contos do lovecraft hoje, mas não consegui passar da introdução da editora, que achei muuuuito chata. daí decidi, já meio mal-humorada com a chatice toda daquele texto, não começar os contos, com medo de levar pra minha leitura o viés negativo vindo dessa introdução. próximo livro da lista: 'commited', da elizabeth gilbert, cujo livro anterior ('eat, pray, love') é uma gracinha!

(pausa pra dizer que nestes dias eu vinha pensando e comentando por aí que duas coisas parecem me deixar muito feliz por aqui: (1) as gatas, tão queridas e carinhosas e fofíssimas e companheiríssimas, e (2) o fato de eu estar lendo tantos livros divertidos, 'entertainment books' como o pandy disse – como a vida é bela quando a gente mora pertinho do mar, tem um ganha-pão adorável, motivador e desafiante, tem boa companhia em casa, e pode ler o que quiser nas horas vagas! this life certainly makes me happy enough, at least for 3 weeks a month (because on the fourth i want to be with family and friends!) :-))

voltando ao livro começado: a autora começa explicando as motivações por trás de seus escritos, mesmo que o título da sua obra seja super auto-explicativo ('commited: a skeptic makes peace with marriage'). estava ela num relacionamento maravilhoso com o namorado brasileiro, ambos tendo passado por divórcios horrendos anteriormente, quando de repente os istêites decidem que ele não pode mais entrar na terra natal da liz, onde eles estavam morando. solução? eles poderiam se separar, o que era impensável (uma graça ela contando sobre como eles estavam felizes e comprometidos um com o outro!); eles poderiam morar em outros lugares do mundo (o que não era nada prático, porque o namorado tinha negócios nos istêites, e ela tinha trabalho e família ali); ou eles poderiam se casar (mas como fazer isto, se ambos tinham horror a casamento por conta de suas separações prévias, tão desastrosas, destrutivas e traumatizantes?) – eles decidiram se casar, mas antes disso ela foi atrás de fazer as pazes com essa idéia de casamento, que pra ela era tão assustadora.

eu já tinha decidido ler esse livro muito antes dele ter sido lançado – adorei o 'eat, pray, love' (indicado pela shi, a quem agradeço mais uma vez), e estava ansiosa por ler o próximo livro da beth. aí começo a leitura e penso: puts! que assunto mais apropriado, não? tenho pensado bastante nessa questão do 'casamento', porque é uma coisa que me amedronta muito, por um motivo exatamente oposto ao da liz: fui feliz demais no meu casamento anterior, e tenho medos horrendos de voltar a me 'casar' e não ser feliz naquela intensidade! parece surreal e impossível o ser feliz (com)partilhando a vida (a casa, as horas, a cama, as gatas, os passeios, os espaços, as contas, as vontades, as contradições, os sonhos, os limites, as limitações, os amigos, as idéias, os problemas, as palavras, o trabalho, as famílias, os choros e os sorrisos) com outro alguém. só que, apesar do medo grande, tenho também todas as vontades do mundo de casar (no sentido de viver com alguém amado) – e na verdade, essa vontade vem de achar que essa é a forma mais conhecida (pra mim) de chegar à plenitude, já que foi isso o que aconteceu nos quatro anos com meu ex-marido. então lá vou eu ler sobre o caminho trilhado pela liz, pra ver se eu tb consigo fazer as pazes com o 'casamento'. será?

(outra coisa que me deixa super aflita: se mesmo com um relacionamento tão maravilhoso como esse casamento, ainda assim ex-marido e eu decidimos nos separar, o que acontece quando se vive um casamento não tão incível? como fazer um casamento ser incrível *e* duradouro? como será que conseguimos construir e *manter* relacionamentos lindos e saudáveis? como chegamos ao ponto ideal de intimidade sem parecermos intrusos? como fazemos o outro feliz sem abrir mão daquilo que somos e do que nos traz felicidade? como o outro pode nos fazer feliz sem abrir mão de sua própria identidade e felicidade? como construímos espaços gostosos? como chegamos ao ponto ideal das coisas todas, do ponto de vista das duas pessoas envolvidas? como aprendemos a ficar *inteiramente* confortáveis, e como conseguimos deixar o outro totalmente confortável também, sem nos tomarmos 'for granted', sem perder o respeito e admiração e o amor e a paixão mútuos? como é possível sempre apreciar quem está o tempo todo ao nosso lado? como podemos nos tornar sempre encantadores e divertidos e interessantes? como relaxamos em relação às coisas todas a ponto de aproveitarmos o tempo juntos sem que relaxemos ao ponto de não nos importarmos com as coisas todas? como foi que consegui fazer isto antes, por quatro anos? são infinitas as perguntas pras quais não tenho respostas! rs. e aqui tem só algumas delas, todas voltadas a relacionamentos, apenas, hein? puts! o fato é que não sei fazer as coisas funcionarem – e tenho medões de tentar e tentar e tentar e nunca chegar lá de novo, sabe? (afinal de contas, não é mais ou menos isso o que venho fazendo nos últimos 2 anos e meio?) tudo o que quero na vida é chegar novamente naquele lugar em que tudo o que a gente sente em relação ao outro pode ser traduzido como pure bliss! porque daí nada mais importa, né? enfins. sei que preciso trilhar novos caminhos pra chegar lá nesse lugar 'mágico', mas quero encontrar caminhos tão coloridos e gostosos de percorrer quanto o ponto final a que eles levam -- tou procurando...)