just like heaven

Tudo parece ousado àquele que a nada se atreve, por isso... atreva-se!

18 agosto 2009

colorido. curtido. e com parágrafos curtos.

que eu adoro cores e cheiros e mar e gentes e números e gatos e fotos e música todo mundo já sabe.

'ah, mas que saudade eu tenho da bahia...' caetano canta dentro da minha cabeça, desde o final da manhã de ontem, uma letra que não conheço em que a frase acima se repete over and over again. mais de vinte e quatro horas aqui, e eu com o coração todinho ainda lá.

me apaixonei na bahia, total, e ainda sequer consegui voltar à realidade. eu tava com uma saudade danada de me apaixonar, e, como sempre, aconteceu de repente, me pegando de surpresa. boba, eu tou, como acontece em todas as paixões vividas. tem algo melhor que essa sensação? me diz aí!

o objeto da paixão, desta vez, é o hotel mais lindo que já vi e conheci. sabe assim um lugar paraíso na terra? assim. exatamente assim.

o mar mais perto dali é feio e meio amarronzado. certamente muito lindo pra gentes com outros padrões, mas pra alguém que passou dois anos de frente, de lado, de costas e de olhos virados pro mar mais lindo do mundo, como é o meu caso, feio e meio amarronzado servem de boa descrição.

a cidade em que mora o hotel tem um centrinho absolutamente charmoso e encantador (onde tudo é arrumadinho e original), complementado por um resto cheio de casinhas e casonas (algumas fofas e não caras pra alugar) e cheio de comércios de todos os tipos (dos chiques e lindos e bacanas aos paupérrimos e infestados por baratas).

as pessoas que conheci são legais e amigas, e apesar de pequena, aparentemente a cidade tá cheia de gentes interessantes. aliás, comparando o lugar com a cidade de praia onde passei dois anos, meu possível-futuro-local-de-moradia é enorme, com suas três padarias e seus mais de três supermercados! dezessete mil pessoas (numa média entre as muitas estimativas que ouvi por ali), incluindo muitos estrangeiros, muitos paulistas, e muitas gentes locais fazem a minha alegria com a perspectiva de morar no meio do nada me sentindo no meio de quase tudo.

o trabalho parece interessante e desafiador, mais uma vez tão diferente dos prévios nas suas particularidades. o básico está montado; falta organização (que eu amo-amo-amo fazer), faltam todos os detalhes (que eu adoro repensar e implantar), e falta ganhar dinheiro (que, cá entre nós, e modéstia à parte, sempre foi uma das minhas especialidades). falta satisfazer dois donos MUITO exigentes e cricris. falta fazer as pessoas todas mais felizes (que é o que eu mais gosto no mundo). tenho alguns medinhos, a verdade seja dita, e acho que são eles que me desafiam e me fazem ter vontade de encarar o trampo. tou com frio na barriga.

aí chego em casa ontem, com o caetano cantando nonstop dentro da caixola, e o que encontro embaixo da porta? um catálogo de moda que coloco encima da mesa. morta de fome, largo TUDO o que eu deveria fazer ao chegar de viagem e imediatamente devoro um hambúrguer. do lado do catálogo. com muita preguiça de ler ou de fazer qualquer coisa que não seja matar a fome. mas o que vejo na capa de trás do catálogo? o apoio do hotel em que passei o finde! sincronicidade total. sorrindo e com o caetano ainda no repeat mental, abro a revistinha e encontro as fotos, todas mostrando as paisagens que estão no coração. fala sério! tem até fotinha do sofá do estúdio em que me hospedei! *emoção*

e bora correndo tomar banho e dormir, sem sequer desfazer as malas, que passada a fome surge o sono com força total e eu quero dormir ao som do caetano e do mar. ah, o mar...

este ano já teve alguns finais de semana fantásticos. um de muito sol e marmaislindodomundo e céu azul ao lado da melhor companhia que alguém pode ter, em uma casinha querida inundada de barulhinho de águas marinhas. outro de muita paixão e vários cachorros, com calor e estrelas e vestidinho florido e muitos sonhos gostosos no meio de cidade pequena. um terceiro de festas e reencontros e abraços e cheiros de gentes amadas, na volta pro que é o meu santuário, na cidade grande que é mais minha que as outras. nada ainda feito de cores e texturas e música e amor.

o melhor final de semana do ano foi este agora; este que recém passou e que ainda está sendo vivido na memória, e que só considero terminado ao meio-dia de hoje. tire algumas coisas das frases acima e saiba que este finde querido foi feito de todo o resto: muito sol e mar e céu azul ao lado de gentes bacanas, em uma casinha na qual eu facilmente aceitaria passar o resto dos meus dias, com calor e estrelas e muitos sonhos gostosos, gentes amadas tão presentes mesmo sem estarem fisicamente ali, cores e texturas e música. que saudades da bahia!

a viagem foi curta e rápida. o motorista que me levou do aeroporto até a casa em que fiquei estava megafedido. saindo do carro, cheguei no jardim do éden. muito mesmo. e fiquei maravilhada e boquiaberta com o que vi. imagine MUITAS plantas lindas, verdes e rosas e vermelhas e amarelas e brancas e floridas ou não. imagine um caminho de dormentes pela grama, no meio das plantas, terminando na piscina do mais lindo azul. imagine um bar e um microrestaurante abertos pra piscina, lindamente decorados, absolutamente convidativos. imagine a maior paz que você conseguir. eu achei que tinha chegado ao paraíso.

quem me recebeu foi o ultramegasimpáticocarlos, que me apresentou ao ultramegaespaçosolindomaravilhosoestúdio que me hospedou. imagine uma varanda lindíssima enfeitada com velas, sede de um sofá imenso abarrotado de almofadas e mantas e uma mesinha pra fazer as refeições caso você consiga fechar a boca (aberta de espanto com tantas maravilhas), com vista pra uma piscina azulincrível e prum jardim espetacular. imagine um quarto imenso, todo aberto pra varanda, com uma cama que te chama sempre que você olha pra ela, de tão aconchegante e bela. imagine ainda uma cozinha toda equipada, cheia de comidinhas e utensílios e água já quente pro chá waiting for you. imagine flores na pia da bancada do banheiro, cheia de mimos. imagine um closet todo aberto e branquinho. imagine um banheiro externo, ao ar livre, com vista pras jaqueiras do quintal da vizinha, com chuveiro de pedaço de árvore, com cheirinho de banho bom mesmo antes do banho. não dá pra descrever com fotos e nem com palavras, i tell you. foi tão gostosa a minha chegada, tão gostosa, tão gostosa, que sequer consigo ter palavras pra escrever a respeito.

queria ir pra perto do mar, queria deitar na cama com mosquiteiro e ler montes do livro bonitinho que comecei no avião, queria dar um pulo na piscina azul que me chamava, mas fui conversar com os donos e o gerente do lugar. eram sete horas da noite.

o que eu mais fiz nesta viagem foi conversar com as pessoas, todas elas, do hotel. em especial o dono-investidor-administrador. mas deu tempo de aproveitar o mar e as MUITAS comidas divinas e o centrinho charmosíssimo da cidade. deu tempo de namorar os cheiros e as cores e os gostos todos. deu tempo de dormir um pouquinho na cama com mosquiteiro que me deixou passar horas deitada com janelas abertas, sentindo a brisa e os barulhinhos do jardim. foram só cinco horas de sono por dia, então deu tempo pra fazer TODO o resto, inclusive quase que trabalhar.

senti falta das gatas, especialmente na primeira noite, em que a cama pareceu tão grande e vazia. senti falta de muitas roupas, escassas numa mala feita pra passear por só três dias. senti falta de mais tempo pra saborear as coisas com calma. deu vontade de fazer tudo mais devagarinho, e deu vontade de esticar o tempo pra fazer os três dias virarem outros muitos. deu vontade de morar ali.

senti falta das conversas compridas com a ju e com o pará, senti falta da mãe e da rê ali aproveitando férias junto comigo, e senti muita falta dos abraços, sempre eles. senti falta de estar perto do menino bonito e fiquei MUITO brava comigo mesmo (multiplique por vinte a sua noção de uma pessoa muito brava e talvez você chegue mais perto do quão brava eu fiquei), porque mesmo morando perto eu nunca tou perto dele. humpfs. oh well. senti falta de ter mais notícias das gentes queridas todas.

na última noite e na última manhã desta viagem, teve mais conversas com o dono-investidor-administrador. despejei nele muitas das minhas opiniões, idéias e vontades pro lugar, enquanto ele me contava das dele. depois, falamos da vida. dos fotógrafos italianos queridíssimos que passaram estes dias comigo lá (eles estão fazendo uma matéria pruma revista chiquérrima e me lembraram TANTO do marinho! será que fotógrafos são sempre tão parecidos, mesmo pertencendo a diferentes nacionalidades?). de como eram as coisas em noronha. de como é são paulo. de como são as coisas na itália e nos istêites.

daqui a duas semanas devo saber se vou ou não, afinal, morar na cidadezinha de centro charmoso e encantador. sou uma das duas pessoas sendo consideradas pelos donos, com muitas qualidades e defeitos frente ao outro candidado que me disseram ser tão diferente de mim. enquanto isso, tons of things to do. a começar por desfazer a mala!

o final de viagem começou melhor impossível: acordei com gatas carentes e descobri cores na portaria, ao invés dos livros esperados. que dia feliz, todo cheio de cores! TÃO gostoso! (posso suspirar de novo?) mais saudades. mais braveza comigo mesma. buuu!

agora, ao invés do barulhinho do mar, ouço as máquinas de lavar e secar, que funcionam freneticamente desde mais cedo. a mala foi desfeita, as coisas foram todas arrumadas, e a viagem terminou. MUITO gostinho de quero mais, eu sinto. e o caetano canta, repetidamente: 'ah, mas que saudade eu tenho da bahia...'