just like heaven

Tudo parece ousado àquele que a nada se atreve, por isso... atreva-se!

05 fevereiro 2008

o horror

sexta-feira passada. dia normal com passeio inusitado: um dos nossos cozinheiros me ensina um caminho novo pra atalaia, 'burlando' o portão. uma boa caminhada de fim de tarde, com uma linda vista do mar e depois uma agradável volta pra casa. fazendo minha ronda noturna, surpresa: 2 sobremesas feitas especialmente pra mim, na cozinha! decido primeiramente ir pra casa e fazer o reiki, pra depois jantar os deliciosos doces. quando ligo pra pedir a comidinha, a cozinha está ocupadíssima com o movimento do jantar (ôba! que BOM essa loucura de carnaval! adoro quando o restaurante fica bem cheio e movimentado!), e quando finalmente desligo o telefone pra comer já são 23hs, hora de fechamento. pfs! que pena, perdi as sobremesas, penso eu! segunda noite sem ar condicionado. ligo o ventilador e vou dormir. 2 e meia da madrugada, acordo com dor de estômago. como? eu NUNCA tenho isso! percebo que tou enjoada. com um gosto estranho na boca. dá tempo de chegar ao banheiro e colocar TUDO pra fora, por todos os lados. exausta, deito no tapete do banheiro e fico lá, como se tivesse acabado de sair do banho, de tão molhada de suor que estou. respiro. tento limpar um pouquinho a sujeira que fiz. desmaio na cama. 3 e meia da manhã, tudo se repete. e de novo às cinco. e de novo às sete. que bom que não comi as sobremesas, eu penso agora! o sábado de folga eu passo todinho na cama, com muita náusea, muta diarréia, muita dor de cabeça, e nenhuma vontade de colocar nada na boca. eu devia tomar água, eu sei. às 2 da tarde tomo coragem. bebo golinhos pequenos. morta de cansaço e de fraqueza e de dor, não consigo dormir nem ler nem ver tv, nada. apenas me largo na cama e espero a próxima vontade pra ter que me arrastar até o banheiro. cinco da tarde. decido que PRECISO comer alguma coisa, senão vou desmaiar mesmo que deitada, porque a minha pressão está baixa demais, e depois de tanto vômito e diarréia, não resta nada em mim de que meu corpo possa se alimentar. peço encarecidamente que busquem bolachas maizena e água-e-sal no supermercado. como 3 bolachas água-e-sal. fico mais enjoada ainda. e a barriga dói. tomo três goles de coca-cola. tento dormir, na esperança de uma noite melhor. ha! no meio da noite, acordo e já sei o que tenho pela frente. pelo menos não passei a noite toda no banheiro. por outro lado, vejo as bolachinhas e a coca-cola sairem pela boca. puts. como posso estar mal a ponto de 3 bolachinhas inofensivas me fazerem mal? ok, ok. não importa. vou dormir que amanhã melhoro. tá. acordo traumatizada. opoto por tomar água e água de coco. devagarinho. tou muito fraca e preciso trabalhar. decido ficar de plantão no quarto. qualquer coisa, me chamem. o pessoal até ligou algumas vezes, e, ainda bem, tudo foi resolvido pelo telefone. ainda bem que o dia foi tranquilo! ufa. à tardinha, sinto fominha, pela primeira vez em 48hs. decido comer 5 bolachinhas maizena. bem devagarinho. e mais água. com muito medo. durmo. acordo no meio da noite. passo mal. volto pra cama. puts. que saco. segunda-feira. o telefone me acorda antes das 5 da manhã. tou morta. fraca. cansada. escovar os dentes parece correr uma maratona. fico ofegante quase que igual. que saco. tomo banho sentada no chão, porque não consigo ficar em pé. vou trabalhar. sento em frente ao computador como se eu tivesse acabado de terminar uma prova do ironman. peço uma água de coco. decido comer mais 2 bolachinhas maizena. não consigo sair da cadeira nem pra fazer a ronda do dia. paciência. convenço o cozinheiro a fazer uma canja de galinha sem galinha e sem gordura nenhuma. por favor, não me mate, peço a ele. tomo a canja mais deliciosa do universo, depois de tanto tempo sem comer nada salgado. o cozinheiro colocou mil tempeirinhos pra dar um gostinho bom na comida que de outra forma seria insossa. não consigo comer tudo, mas tomo todo o caldinho e como toda a batata e um pouquinho do arroz e um pouquinho da cenoura e um poucuinho da abobrinha. comi mais de meio prato e fiquei orgulhosa. rezei pra que aquilo não me fizesse mal. não tive mais fome, assim que não comi mais nada durante o dia. apenas bebi água. a rê me deu a dica de tomar um dramim pra não vomitar, e eu fiz isso à noitinha. dormi pouco, mas dormi bem. primeira noite sem visitas ao bathroom = motivo de comemoração. hoje, comi pãezinhos com geléia (carboidrato puro, porque é o mais fácil de digerir sem agredir o estômago) e tomo uma água de coco, devagarinho. tou fraca, magrela, cansada, mas MUITO animada. tou melhorando, tou melhorando, tou melhorando! mil vivas! vou ligar lá na cozinha pra ver se sobrou daquela sopinha maravilhosa de ontem. e vou torcer pra continuar melhorando. porque, olha... ficar doente não tem graça nenhuma. agora, ficar doente sem ninguém pra tomar conta e pra fazer companhia, tem menos ainda que nenhuma graça! detalhe: a última vez que tive um desarranjo gastrointestinal desse tamanho foi há pelo menos 20 anos. morávamos na Guatemala! espero que o próximo demore pelo menos tanto quanto. pfs!