just like heaven

Tudo parece ousado àquele que a nada se atreve, por isso... atreva-se!

17 março 2004

Diário de viagem

Esquiando nos Alpes suíços!

Nevando forte
Drídri com a balaclavaDrídri esquiando
Marinho de esquis
Local onde iniciamos o treino
A turma, vista de longeO que o Marinho via enquanto esquiava



Na manhã seguinte, saímos para alugar os esquis. A Drídri, que viera morrendo de medo do frio, já estava tão encantada com a neve quanto o Hasler :-D e maravilhada com a descoberta de que, usando as roupas corretas (especialmente umas emprestadas pelo Tatá e as luvas da mãe do Erich) e não deixando a neve entrar e derreter dentro da roupa, não passaria frio nenhum. Eu usei as mesmas luvas que o meu pai usou em 1995, em seu batismo de neve nos Andes.
Minhas botas de esqui alugadas eram novinhas, zero bala, porque não tinha ainda aparecido ninguém de pé tão grande quanto o meu... A Adri-maviosa-xuca-delmeucor estava com calças e agasalho tão maiores que o tamanho dela que ela poderia rolar morro abaixo sem sentir nada! Sem falar que ela cobriu o rosto inteiro com uma balaclava de lã e prontamente ganhou dos nossos amigos o apelido de "Proibida do Funk"...
Tínhamos que pegar o trem de volta para Berna no final desse mesmo dia, por isso teríamos de aproveitar ao máximo essa aventura na montanha. E como aproveitamos!

Drídri rebocada colina acima
Bettmeralp vista do alto



Nos primeiros momentos, até ficar parado no lugar com esquis era complicado. Qualquer mínimo declive era um desafio. E no final desse único dia que tivemos para praticar, eu só descia travado e fazia curvas sem querer, não quando queria. Ah, se tivéssemos ficado mais uns dias... Os tombos foram incontáveis, mas todos numa camada de neve fofa e macia, recém-caída, sem o mínimo perigo. O Erich era o meu instrutor - enquanto isso, o Tatá orientava a Drídri e o Léo - e me ensinou tudo com paciência e boa vontade legitimamente suíças. Danke schön!
Fui pegando autoconfiança, mas teve uma hora, quando o Erich me guiava numa descida, que devido ao meu peso consideravelmente maior, ele não conseguiu nos manobrar e desengatou um dos seus esquis sem querer. Capote espetacular. Muitas risadas. Eu só conseguia rir a cada nova queda, até mesmo quando levantar e ficar de pé parecia impossível. Teve horas que até engatar o esqui ficou dificílimo naquela altitude de 1950 metros. Duas vezes a nossa câmera, que eu tirava do bolso para fazer fotos a cada parada, ficou enterrada na neve depois de um tombo. Mas bastava soprar para ela ficar limpinha e sequinha de volta. Coisas abaixo de zero não molham. Quase não se podia ver nada no visor LCD da Exilim, devido à baixa temperatura e à intensa luz refletida na neve ao redor, mas de resto ela funcionou perfeitamente.
No final, o corpo não respondia bem ao exercício - esquiar exige o uso de músculos cuja existência a gente desconhecia - e nos dois dias seguintes eu e a minha amada padecemos de dores variadas nas pernas e ombros, que foram curadas na base de massagens, muitas horas de sono e intensas caminhadas na etapa seguinte da viagem.

Happy hour na montanhaRivella



Depois do esqui, outro momento chiquetê-no-úrtimo desta viagem: o happy hour no restaurante da montanha, que fica bem ao lado da estação de esqui e com vista para as montanhas ao pôr-do-sol, que agora estavam deslumbrantes, pois a neblina fora sumindo ao longo do dia e revelando as escarpas brancas à distância. Infelizmente não conseguimos enxergar o pico mais famoso da região, o Matterhorn (Cervino) - símbolo do Toblerone :-) - pois ele continuou teimosamente escondido dentro das nuvens. Será que teremos outra oportunidade de vê-lo...?
Dentro do restaurante, a lente da máquina embaçou por dentro com a mudança de temperatura. Além dos pães e queijos e frios, panache (cerveja com soda) e chocolate quente Suchard, tomamos um estranho refrigerante chamado Rivella, que é gasoso, dourado, um tanto amarguinho, e é feito a partir de soro de leite. A Drídri adorou.

Montanhas descobertas
Mais montanhas
Cabine telefônica enterrada na neveHora de ir embora...



Na hora de ir embora, os nossos anfitriões, que continuariam brincando lá o resto da semana, os sortudos, conduziram nossa bagagem em trenós de madeira, e a Drídri tomou carona num deles! Um belo pôr-do-sol nos saudou na despedida, deixando-nos com intensas saudades.