just like heaven

Tudo parece ousado àquele que a nada se atreve, por isso... atreva-se!

16 janeiro 2002

Nossa!!! Are you ready? Comecei a escrever, e acho que acabei contando grande parte da história da minha vida... que é sempre dividida em partes, por mim, separadas pelas viagens todas que fizemos... A visão que tenho de como tudo aconteceu é exatamente esta que segue... Detalhe: escrevi tudo hoje, mas vou postar por partes, senão vai ficar meio chato (eu acho) e muito comprido (tenho certeza!).

Parte I – Como começaram as viagens, e nosso primeiro destino: Paraguai
Quando eu tinha seis anos e estava no pré, meu pai passou uns 4 ou 6 meses nos istêitis, fazendo um curso de inspetor de madeira. Só lembro, dessa época toda, da minha mãe indo visitá-lo, em nossas férias escolares, quando passamos um mês inteiro na casa dos meus avós, que nessa época não tinha piscina e estava sendo reformada. Era 1982, e eu não aguentava ficar dentro de casa, sem ter o que fazer, porque o pessoal da televisão tinha tirado todos os meus desenhos preferidos pra colocar um bando de gente correndo e jogando bola. Era a copa do mundo sei lá eu aonde... e lembro que os jogos eram sempre no horário dos meus desenhos preferidos. Meu avô soube contornar bem... comprou uns brinquedinhos daqueles de 1,99 que minha irmã e eu adoramos, dando um pouco de sossego pros ‘velhos’. Quando eu estava já com sete anos e na primeira série, meu pai decidiu aceitar um emprego como freela numa empresa estrangeira, e foi lá pro norte, ou pelo menos assim meus pais contam. No final desse ano, e disso eu lembro muito bem, viajamos todos pro Paraguai, onde essa empresa estrangeira quis que meu pai fosse trabalhar, não mais como freela, mas como chefe dos inspetores de madeira. Nem sei que madeira tinha pra se inspecionar por lá, mas essa deve ser uma outra história. O fato é que nossa vida mudou muito a partir de então. Conheci muita gente nova, que falava esquisito. Ajudei a escolher a nossa casa, linda, linda, linda. Fui parar numa escola em que eu tinha aula das 7h às 16h, e achava um horror passar o dia todo lá! O almoço escolar era tenebroso, e até hoje lembro do gosto do arroz amarelo (não era com curry nem com açafrão, mas não consigo identificar a origem da cor amarelada), horroroso, meio azedo, que comíamos todos os dias no refeitório. Foi nessa época que meu pai comprou um atari de terceira mão, com o qual nos divertíamos pra valer! Eu gostava dos finais de semana, do cheiro que tinha a nossa casa lá (que era enorme e linda, por sinal!), dos vendedores de chipa-guaçu que passavam no final da tarde, dos brigadeiros que meus pais compravam no domingo, pra gente matar a saudade do Brasil (os melhores brigadeiros que já comi na vida, esses que um brasileiro vendia em Assunção!), do boliche que fomos jogar umas duas vezes, com meu pai, do restaurante onde nos entupíamos de empanadas de carne (das quais eu tirava todas as passas que tinha dentro!) e do sanduíche de quatro camadas de pão de forma, que até então não conhecíamos. Foi uma época muito boa da vida, a primeira vez em que pude escolher meus lençóis (azul com branco e amarelo, com o Snoopy e o Woodstock), em que soube o que era não ter amigos (as crianças da escola me achavam meio/muito bobinha, já que eu não sabia falar espanhol e era, também, muito diferente delas em muitos aspectos), em que meu pai esteve muito presente, em que a vida era alegre, em que minha mãe fazia mil coisas legais pra nós, em que aprendi a jogar damas e construir coisinhas de papel, em que comíamos muito torrones docinhos que eu adorava, em que tivemos um Natal cheio de presentes todos especiais, em que passei dois meses em um hotel, onde éramos super paparicadas, as brasileiritas (que era como os funcionários do hotel nos conheciam), e em que nos divertimos muito. Voltamos pra passar férias na casa da minha avó, mas na verdade não foram férias... meus pais tiveram um estremecimento no casamento, e acabamos ficando uns seis ou oito meses com a minha avó. Terminei minha segunda série em Araçatuba, e passei muito tempo na piscina, brinquei com amigos novos, foi uma farra só.