Eu não sei porque gosto de ficar lendo loucuras. Não sei mesmo. Mas gosto, e gosto pacas. Comentei ontem com a Mi, por telefone, do blog novo que descobri, os ossos de plástico. Disse que eram coisas loucas as que estavam ali, num estilo parecido ao do Travis, que escreve matou a família e foi postar num blog (ou algo do gênero). Não, ela não sabia quem era o Travis... é aquele que tem uma figura super legal aqui no JLH... ah, é, o bol fez o favor de cortar todas as minhas figuras, agora nada aparece ali na minha barrinha cor de goiaba... Nem sei quando vai dar tempo de arrumar isso, passar todas as minhas imagens pro servidor do Musi, atualizar todos os links... trabalhão, vai dar.
Hoje recebi um meio surpreendente. Não sei como um menino de 18 anos pode ser tão perturbado a ponto de escrever tanta coisa tão legal. É, Henrique, vc não pode ser normal, não escrevendo desse jeito. De fazer a gente se arrepiar e se ver ali. As coisas que vc escreve me impressionam. E isso não costuma acontecer com meninos de 18 anos, que me impressionam sempre, mas por mil outros motivos, jamais por escreverem assim, de forma tão... indescritível. Acho que gosto de escrever minhas pequenas loucuras porque gosto de ler as alheias. Gosto de ver coisas assim. O Musi não consegue ler alguns dos meus blogs mais amados. Eu tenho fome deles. Acordo, ligo o computador, e devoro aquilo tudo. Como se fosse um pouquinho de oxigênio e eu estivesse no fundo do mar. Como se minha sobrevivência dependesse daquilo. Como se eu estivesse saboreando um chocolate depois de uma semana de abstinência dessa droga viciante. Os ossos de plástico me fizeram lembrar do Radiohead. Plástico me lembra Radiohead. Eu não gosto de plástico. Risca. É ruim pra natureza. É fedido. Deforma com o calor fácil demais. É sintético demais, não natural demais. Eu não sei porque não gosto de plástico. É como o roxo, que eu detesto e tb não sei explicar. Mas a música do Thom Yorke é linda, aquela que fala do fake, da vidinha fútil, plastificada, sintética, alienada. Ele é o alienado, o Thom. E o clipe, nossa... é dos mais bonitos que já vi, ele no carrinho do supermercado com aquela carinha, em meio àquelas embalagens coloridas... nostálgico, aquilo. Tem mil músicas melhores que essas, do próprio Radiohead, e eu tenho as minhas preferidas, mas ... a Fake Plastic Trees é bacana, e é plastificada. Como os ossos do Henrique.
É culpa da Patrícia isso aqui, essa escrita incoerente, que não leva a lugar algum. E como não me importo, vou escrevendo assim mesmo... até o livro acabar, eu começar a ler coisas mais normais, e escrever de forma mais comportada e inteligível. Queria mesmo hoje escrever sobre ontem... liguei prum amigo que tinha pedido preu ligar, e fui enxotada dali. Vc já foi expulso via telefone? Sensação engraçada essa. Fiquei pensando em como uma pessoa pode se transformar perante uma terceira. Após meu super animado ‘oi! Tudo bem com vc?’, ouvi só um ‘tá tarde, hein?’ é, estava mesmo, mas ele não tinha falado pra eu ligar? ‘tô aqui com o Eric, copiando umas coisas, depois a gente se falaí’. Ah, então é isso? E por que alguém tão legal tem que se transformar e ser grosso só porque tá lá com o Eric? Precisa quase desligar o telefone na minha cara? E a vontade de revidar... ah, essa me mata! Me mata, porque às vezes acho que o ser humano só aprende com a própria experiência. Só vai entender o que senti quando sentir algo igual. Vontade de fazer o amigo legal ver como é ridículo a gente se transformar numa outra pessoa. Todo mundo devia saber que não é por se transformar em outro alguém que as pessoas gostam mais da gente, ou menos, ou não. Filho da mãe! Se deixou mudar por causa do Eric, que nem deve saber do poder que tem perante meu amigo. Não vou revidar, porque não posso, porque é maldade, porque não leva a nada. Mas não ligo mais, mas não mesmo, que isso não vai dar. Eu não vou correr o menor risco de ser destratada assim de novo, de jeito nenhum. Vai destratar seus bichinhos de estimação, quem vc pensa que é, e que tipo de lixo pensa que eu sou? Pedaço de merda, assim fui tratada ontem. Fui expulsa do corpo quentinho onde eu estava confortavelmente, fui indesejada, fui olhada com nojo e desprezo, e depois fui empurrada prum lugar terrível através da descarga. Foi isso, desligar quase na minha cara foi apertar o botão da descarga, não foi? Vou construir minha barreira, porque senão quem se ferra sou eu. Falei ontem delas, as muralhas que a gente faz, quase sem querer, ou querendo mesmo, igual a mim agora. Tá vendo como não consigo fugir disso? eu disse que não conseguia. Eu sou legal ao telefone, sempre, então ele que ligue se quiser falar comigo. E se não quiser, paciência. Melhor não falar do que falar e ficar com aquele gosto horroroso na boca, e na barriga, e na cabeça. E no coração. Amigo, hein? Que tipo de amigo faz isso com outro? Empurra pela descarga? Só porque tá acompanhado de outra pessoa? Coisas que jamais vou entender, porque não me passa pela cabeça que jamais alguém possa fazer isso. Mas faz, ah, faz... Às vezes eu me pergunto porque continuo tendo tanta fé nas pessoas. Eu acredito no ser humano, sabe? Acredito de verdade. Sou poliana, é mesmo. Às vezes demais. Por isso é que às vezes levo esses tombos... mas pelo menos essa vitória eu tenho: a de ainda não ter construído barreiras contra a humanidade em geral, a de continuar acreditando. As pessoas são legais, são boas, e o mundo é belo, e é possível ser feliz. Acreditar. Se isso é bom ou ruim, eu nunca vou saber, mas que me reconforta, de uma certa maneira, disso eu sei. E, como canta o Moz, what difference does it make, anyway?
A última frase da música da falsidade plástica me dá um nó na garganta. If I could be all that you wanted (que na letra que peguei está como if I could be who you wanted)... If I could be all that you wanted all the time... all the time...
A gente nunca é nada o tempo todo. Nem quem queremos, nem o que o outro quer, nem o que realmente somos. Não conseguimos sequer ser coerentes o tempo todo. Não somos nada. All the time.... all the time...
E a minha preferida do Radiohead é a Street Spirit, que além de ter melodia maravilhosa, tb acaba com uma frase de virar a gente do avesso, ‘immerse your soul in love’. Já saí gritando por aí, isso. ‘Imerse your soul in love’. Não parece mesmo a melhor coisa pra se fazer, em qualquer dia, a qquer hora? Mas não conheço ninguém, ninguém que tenha feito. Não é fácil se embeber de amor, muito menos colocar toda a nossa alma imersa nele. E o que é o amor, afinal? É tudo isso, mas é tão mais que isso... SEMPRE me frustou MUITO a gente ter uma palavra só pra amor. E uma palavra tão pequena e tão vazia, prum sentimento tão grande e tão maior e tão nobre e tão lindo e tão indescritível e tão cheio de significado. Mas isso é outra história... prum outro post, quem sabe. Ou não. E apesar de ter uma música que conta que toda maneira de amor vale a pena, eu se pudesse decretaria morte ao fake plastic love. Mas quem sou eu pra decretar algo, né não?
A tempo: os ossos do Henrique são mais crus que os posts do Travis. Vão mais fundo. Eu achei. E fiquei surpresa. Do Henrique ter escrito o mail, mas não ter postado mais nada. Será que ossos de plástico tb têm osteosporose e vão sumindo, desaparecendo, virando pó? Preciso responder o mail do menino. E preciso parar de me chocar com as pessoas geniais que encontro por aí. Será que vai dar? Duvido!
Ainda a tempo: a vida nada significa se não houver diversão. Always have fun!
Fake plastic trees.
Her green plastic watering can
For her fake chinese rubber plant
In the fake plastic earth
That she bought from a rubber man
In a town full of rubber
Plans to get rid of itself
It wears her out
It wears her out
It wears her out
It wears her out
She lives with a broken man
A cracked polystyrene man
Who just crumbles and burns
He used to do surgery for girls in the eighties
But gravity always wins
And it wears him out
It wears him out
It wears him out
It wears
She looks like the real thing
She tastes like the real thing
My fake plastic love
But I can't help the feeling
I could blow through the ceiling
If I just turn and run
And it wears me out
It wears me out
It wears me out
It wears me out
If i could be who you wanted
If i could be who you wanted all the time
All the time
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