just like heaven

Tudo parece ousado àquele que a nada se atreve, por isso... atreva-se!

10 junho 2007

continho, porque eu gosto de escrever

este conto trata da história de uma mocinha que fez descobertas marítimas numa manhã ensolarada. para começar do começo, deveríamos iniciar assim...

era uma vez uma mocinha que sempre fora encantada com o mar. a vida toda ela teve o sonho de morar perto da coisa mais linda que existe, que pra ela é a imensidão marinha. o azul esverdeado, o cheiro da maresia, o barulhinho gostoso das ondas, o sabor do sal, a sensação única de estar envolta por água... tudo isso sempre fascinou a mocinha desta história. acreditando que todas as nossas maiores vontades se tornam realidade, a mocinha tinha certeza de que um dia estaria muito mais perto do mar, o que acabou mesmo acontecendo: ela foi morar em um pedacinho de terra rodeado de azul por todos os lados, num lugar onde conheceu as mais belas praias e as mais belas cores marinhas.

nesse lugar encantador, a mocinha conheceu um homem que, ao colocar suas nadadeiras de borracha, parecia um peixe. um peixe mamífero? só pode ser um golfinho! foram nadar juntos, a mocinha e o golfinho, ele mostrando a ela as coisas todas que existem dentro da água. viram peixes coloridos, alguns grandes e outros pequenos, muitos deles brincando e se alimentando, sozinhos ou em bando, nadando de um lado para o outro sem parecer se incomodar com a presença de estranhos. viram arraias, moréias, tartarugas, um barco naufragado, e até tubarões! o golfinho foi mostrando pedaços do mar à mocinha, e ela ficou cada vez mais empolgada com tantas novidades e coisas bonitas que até então fugiam à sua realidade. ele cuidou para que ela aprendesse a voar nas águas marinhas, e ela adorou se divertir com esse vôo diferente, podendo observar todas as maravilhas aquáticas.

no meio do caminho, pararam para descansar em uma caverna. uma caverna no mar? é, isso também existe! uma caverna desabitada, na beira da água. cheia de pedrinhas. com alguns moluscos e alguns caranguejos pequeninos. iluminada, arejada, e com um confortável sofá, onde golfinho e mocinha se sentaram para papear. que puxa! o golfinho não só sabia nadar, como também sabia pensar, falar, trocar. a menina lembrou do desabrochar de uma flor, pois era assim que ela enxergava o seu mais novo conhecido. ela via nele a possibilidade de uma amizade florescendo. o pedacinho de terra onde ela fora morar não apresentava muitas oportunidades de troca, e ela achou esse vislumbre de um amigo uma coisa incrível, quase mágica.

como essa história termina, ninguém sabe ao certo. uns dizem que mocinha e golfinho foram amigos para sempre. outros dizem que eles se desentenderam. alguns juram que isso tudo não passou de uma história fictícia, contada de pai para filho, cujo final se perdeu com a passagem do tempo. mas pergunte a qualquer criança que ela te dirá o que creio ser verdade: em alguns amanheceres ensolarados, ainda é possível encontrar esse par nadando pelas praias de uma certa iha do atlântico...