O finde passado começou cedo. E se você não quiser saber sobre ele, pule este post, sob pena de morrer de tédio lendo tanta coisa sobre algo tão trivial. Sexta à noite, passei lá no multishopping, uma espécie de promocenter melhorado que tem pertinho de casa, pra comprar presentes para as meninas. A Juca e a Pati fizeram aniversário já há alguns dias, e apesar de ter desejado felicidades e tal, eu ainda queria mandar uma coisinha bonitinha pra elas, porque acredito que há poucas coisas mais gostosas na vida que presentear gentes queridas. Escolhi uma cestinha com cheirinhos pra cada uma (traduzindo, uma cestinha de madeira com palha e flores secas cheirosas, esponja, sabonete líquido e creme hidratante - tudo cheirosíssimo), um sapo de pelúcia pra Perereca (quero dizer, pra Juju), e um spot pra Pati, daqueles que a gente leva pra qualquer lugar e que têm um prendedor na ponta, que eu sei que ela estava querendo um assim. Fui pra casa, fiz um embrulho com mil camadas daquele plástico cujas bolinhas todo mundo adora estourar, e separei tudo pra levar pro correio no dia seguinte. Daí, aproveitamos que minha avó e a Mariana (prima) estavam em casa, pra jantarmos todos juntos, depois do que fomos mimir totoso. No sábado, como o barulho em casa começou logo cedo, que a Rê e a Má tiveram curso durante todo o finde, aproveitei pra tomar um banho 'daqueles', me encremar inteira, vestir uma roupa bem verão, pra fazer juz ao dia lindo, e tomar um café da manhã como aqueles do hotel lá em Cuiabá, com todas as comidinhas e bebidinhas que uma gulosa como eu pode desejar. Fui até o correio com os embrulhos todos, paguei três fortunas num sedex (que as coisas eram pesadas e a postagem, se for pra Cuiabá, fica muito muito cara), e voltei pra casa, onde encontrei a vó lendo no sofá. Sabendo o quanto ela gosta de passear (meu avô sempre falou, com um certo desdém, que essa parte da família que tem rodinha nos pés só podia mesmo ser descendente da minha vó!), levei-a comigo pra buscar umas calças que eu tinha levado pra fazer a barra (como é duro ser TÃO baixinha!), e depois dei uma carona pra ela até o apê do meu primo, com quem ela ia almoçar. Voltando pra casa, deixei o drimóvel pra tomar banho, e fui até a Liberdade, onde almocei lamen e comprei duas suculentas MUITO lindinhas (que eu tenho paixão por cactos e suculentas). Não achei nenhuma aloe, que era a 'raça' do marvim, mas quem sabe num outro dia... Aproveitei o começo da tarde pra passear pelas lojinhas, e depois que voltei pra casa, pra encapar alguns livros. Quando as meninas voltaram do curso, fomos todos (as cinco mulheres da família e o namo da Rê) tomar taças enormes e divinas de sorvete lá no Fredíssimo (que são tidas por mim como umas das melhores opções de jantar que conheço), onde nos esbaldamos de tanto comer, e de onde fomos pra casa morrendo de frio, porque estava anoitecendo e refrescando (sem contar que, mesmo no maior calor, eu fico com frio depois de tomar sorvete). Pra mim, teve ainda um filme ruinzinho no vídeo, que não é nada fácil achar coisas decentes pra alugar num sábado à noite. Domingo, sete horas da manhã, as meninas saem pro curso enquanto a mamis, a vó Tê e eu saímos pra uma visita rápida ao meu apê. Sim, sim, sim, ele está lindo, maravilhoso, cada vez melhor, etecetera e tal. Os azulejos estavam quase todos colocados (por que isso demora tanto?), os armários da cozinha estavam metade já embutidos e a outra metade no chão da sala, e no meu banheiro os armários já estavam todos bonitinhos lá. A cama chegou, e ficou muito mais bonita do que eu imaginava, junto com os criados-mudos (os meus falam, mas tudo bem), também muito lindos. As luminárias feias que estavam no quarto foram trocadas por umas muito mil vezes melhores, menores e mais belas, e a única coisa realmente ruim de ver foram os vidros que dão pras sacadas, todos brancos de tanto pó, que cortar azulejos solta um pó lascado, como me explicou a mamis que já cuidou de muitas obras em todas as nossas mudanças e andanças pelo mundo afora. Às nove da matina já estávamos em casa de novo, eu achando que devia ser quase hora de almoçar, porque nunca que costumo acordar antes das sete num domingo. Decidimos ler um pouco, e depois saímos pra almoçar no shopping e irmos ao cinema, que a vó Tê A-DO-RA um filminho de suspense na telona. Filminho muito marrom (dicionário para leigos: mais ou menos vira marromenos que vira marrom) , esse Insomnia, com o Robin Williams e o Al Pacino, além da Hillary Swank, que vale mesmo pelas paisagens belíssimas (o filme, não a moça, é claro). Ah, claro, mas antes do cinema, ao subir uma das quinhentas mil escadas rolantes do shopping, eis que ouço alguém falar o meu nome... me viro, e vejo um cara lá, que parece extremamente familiar, mas... quem é mesmo? Odeio essa minha dificuldade em reconhecer fisionomias! Nessas horas, lembro de pessoas de Angola, de Araçatuba, da Guatemala, do Ecuador, e vou tentando encaixar aquele rosto conhecido em qualquer lugar, qualquer lugar, geralmente sem sucesso antes de um bom tempo. Desta vez, a irmã do cara me ajudou. Ela disse que tinha me achado familar assim que o bruno comentou com ela 'aquela ali não é a Adriana'? Sim, sim, salamim, aquele era o Bruninho, o menino mais franzino da sétima série em Angola, um mineiro que está norme de grande e muito, muito diferente (tá, que certas coisas nunca mudam, como os olhos, o nariz, e as expressões que a gente faz ao falar). Nossa, que surpresa, alguém que não vejo há doze anos me reconhecer assim, de sopetão. Ele e a família com pressa, trocamos algumas três dúzias de palavras, prometemos nos escrever (puxa, Dri, todo ano eu respondo teus cartões de natal, mas você nunca escreve de volta, foi o que ele falou, e é verdade, que droga, é verdade, eu respondo só de vez em quando, e este ano não foi um desses), falamos dos amigos em comum, espalhados pelo Brasil, e foi só. Ainda não me conformei em como ele está diferente, e em como ele me reconheceu assim, com o cabelo muito mais curto (que em 1990 eu tinha o cabelo na cintura) e loiro (sim, estou loiraça depois das luzes). Tá, que de resto eu tou mesmo igualzinha, o mesmo rosto, a mesma baixinha magrinha, igualzinha, mas eu não seria capaz de reconhecê-lo JAMAIS, nunquinha, vejam bem, e ele soube quem eu era, que cousa! Enfins... saindo do cine levei a vó pra tomar sorvete Haagen-Dazs, que ela nunca toinha provado e adorou (claro), e voltamos pra casa, onde a Má estava arrumando a mala, já que dali a pouco elas iriam voltar pra Araçatuba. Fui dormir cedo, exausta, nem sei de fazer o que, e quando dei por mim já era segundona cinza, dia triste e feinho, todo xoxo. Se quando chegar a hora das minhas férias estiver um tempo assim, não saio. Mas não mesmo. Já estou encomendando pra São Pedro, que pra mim é quem realmente manda nessas coisas do tempo, lá encima, dias de MUITO sol e calor pra meados de Outubro, e se você quiser me colaborar nos pedidos, eu agradeço, que quanto mais se pede, mais São Pedro escuta e se convence da importância de um tempo maravilhoso nessa época do ano, sabe como é...
just like heaven
Tudo parece ousado àquele que a nada se atreve, por isso... atreva-se!
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