just like heaven

Tudo parece ousado àquele que a nada se atreve, por isso... atreva-se!

22 janeiro 2002

Parte V – Quem espera nem sempre alcança
Voltamos da Guatemala para o Brasil pra passar as férias enquanto meu pai continuava por lá. A situação política não estava boa, e antecipamos nossa viagem na maior correria, quase como tinha já acontecido no Ecuador. Não voltamos pra Guate, porque a situação política estava muito perigosa (não tinha melhorado) pra nós. Explodiram uma parte do escritório do meu pai com umas granadas e tudo. Isso depois de termos sido perseguidos de carro, claro :-) Daí fomos passar mais uma temporada na casa da vó, em Araçatuba! Estudei meio ano lá (como ouvinte!), fiz novos amigos, e foi tudo muito legal, como sempre é nessa cidade maravilhosa de onde veio a minha mãe. Foi uma época boa, de diversão pura, mas da qual não tenho muitas recordações que não sejam a piscina, o Tatá, o Samuca, os primos, as comidas da minha avó, e o clima maravilhoso. Meu pai saiu da Guatemala, então, e começamos a morar num flat em Sampa, ‘provisoriamente’ (ou seja: enquanto ele não fosse transferido pra algum outro lugar). Ficamos oito longos meses por aqui (Sampa), estudando só por correspondência, naquele tédio que já havia nos acometido no Ecuador. Passeávamos de vez em quando, é verdade, mas o tédio era grande. Enorme. Lembranças boas, dessa época, são poucas. Fiz inglês, e o curso era legalzinho. Tinha uma papelaria jóia na frente do flat, onde a Rê e eu gastávamos toda a nossa mesada com papéis de carta, adesivos, borrachas com cheirinhos e outras coisas bonitonas. Almoçávamos bastante em lugares gostosos e isso era legal. Meu pai vinha quase todo dia almoçar conosco, o que tb era legal. Conheci uns meninos do prédio vizinho após descobrir o telefone deles na lista e ligar, o que foi jóia, porque os meninos eram super gente boa. Ouvi ‘Voyage Voyage’ umas quinhentas vezes no rádio. As férias em Araçatuba eram uma delícia, e a vida em Sampa um tédio. Meu pai fez mais algumas viagens, muitas delas pra Indonésia, pra onde quase fomos, mas acabamos não indo. Ao invés disso, ele foi, em meados de 88, pra Angola. E aqui começa outro capítulo...