Uma das coisas mais legais foi a Júlia ter falado que imaginava alguém muito mais louca... Engraçado minha aparência absolutamente normal conseguir chocar as pessoas! E vice-versa! Quem vem falar comigo se assusta com os papos, a não ser que eu consiga disfarçar a loucura reinante em meus circuitos cerebrais (o que se dá quando consigo ficar quieta, e às vezes faço isso mesmo, que é pra evitar de assustar um pessoal que não espera nada daquilo e com quem sei que vou precisar conviver por algum tempo). Não sei explicar direito pq continuo fazendo o papel de ‘a pessoa mais normal do mundo’ no meu looks... Acho que é pra conseguir passar desapercebida, talvez. Pra poder fazer parte da multidão. Sempre me destaquei demais fora daqui, por ser estrangeira e esse negócio todo, e quando isso acontece, a vontade de ter qquer tipo de convivência estando num lugar totalmente desconhecido faz com que sejam usados alguns artifícios pra parecer mais ‘normal’, que na verdade não levam a nada, a não ser à impressão que se tem de estar pertencendo àquele lugar, e de que através daquilo a estranheza alheia vai passar e o convívio social será possível (nunca vou esquecer os dois primeiros meses em Angola, sem sair de casa pra nada, sem um amigo, um conhecido, um nada... incrível como pertencer/se identificar com qualquer coisa é importante nessas horas!).
E o que faz a gente não são justamente essas pequenas grandes incoerências? Não há nada de mais divertido do que encontrar coisas totalmente inesperadas pela frente! Nada como esperar certas atitudes e se deparar com outras. Pode ser chocante no começo, mas depois é isso que fica mais legal. Como o sabor do chocolate salgado e picante, que provoca espasmos num primeiro momento, mas parece espetacular depois de se acostumar. Sem os ovos, por favor!
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