Escrever é muito mais fácil quando estamos sob a mira de fortes emoções. Dor e prazer rendem bons textos. O melhor, entretanto, surge quando sentimos desespero ou paixão. Nessas horas, a mente enlouquece tentando entender o coração, que vê o momento certo pra se expressar de forma bela sem que a nossa parte pensante, muito ocupada com o controle da situação, interfira tanto. Escrever é mais gostoso quando vivemos intensamente, quando os sentidos se aguçam e o mundo ganha outras proporções. Em todas as outras ocasiões de nossas vidas, as coisas ficam normais demais pra contar sobre elas, e enquanto o coração se refugia em sonhos e lembranças, à espera de algo que o chacoalhe, a mente se entretém com coisas rotineiras, e a gente começa a sobreviver, apenas, esperando pelo próximo terremoto que trará mudanças e vida. Com mais emoção. Num ciclo incessante e maravilhoso.