just like heaven

Tudo parece ousado àquele que a nada se atreve, por isso... atreva-se!

04 julho 2002

A menininha de cabelo verde passou a noite toda tagarelando com o sapo (verde) que divide a escrivaninha do quarto com sua colega luminária. Pelo jeito, os dois têm tudo para se tornarem grandes amigos. A outra menininha, mesmo adorando ouvir o papo que rolava solto, acordou ouvindo David Gray e depois precisou sair pra trabalhar. Antes de dormir, releu o cartão de uma pessoa querida e ficou pensando, por algumas horas, nos sonhos que tinha recolhido pelo caminho, antes do reencontro. Descobriu alguns empoeirados, esquecidos em cantos remotos por onde ela não costuma passear muito, outros que haviam se empedrado, esperando que ela tropeçasse e prestasse atenção neles ao longo de trilhas conhecidas, e ainda alguns que gritavam com todas as suas forças, a fim de serem notados e perseguidos. A menininha, por muito tempo concentrada em superar seus medos ferozes, há vidas não parava para rever seus sonhos. Houve uma época em que ela pensou jamais poder realizá-los sem antes resolver outras questões, e assim decidiu se preparar antes de desbravar mundos. Que feliz coincidência, ter uma pessoa querida para dar um empurrão em seu barquinho. Os preparativos já estavam feitos, as rotas traçadas, as velas içadas, e com o empurrão a menininha começou a se sentir finalmente pronta para encarar o mar, em sua jangada companheira, numa jornada solitária. Pela eterna busca do equilíbrio dinâmico que a gente tem por costume chamar de felicidade.