esta semana não terei nenhum dia de folga. em compensação, sábado e domingo fiquei de trabalhar somente à noite, o que em teoria deixa os dias livres pra passear. conversando com o meu amigo guia, descolei passeios pros dois dias, que renderam muita conversa, muita andança, muito nado, muitas descobertas, e muitas fotos! iúpi! vamos lá...
começando por ontem. acordei às 6 e meia da matina, mesmo depois de ter dormido depois da meia-noite. vontade grande de passear, viu? *rs* me preparei, arrumei a bolsa, separei comidinhas e água, boné e canga, biquíni e protetor solar. trabalhei um pouquinho, me certifiquei de que estava tudo bem no hotel, e esperei o guia chegar. sete do sete do sete só podia mesmo ser um dia especial, ainda mais pra quem adora o número sete, como é o meu caso. começamos no buggy, eu muito animada, indo pra trilha do abreu. passamos no meio do mato, subimos umas poucas pedras, e chegamos num mirante lindíssimo. delícia o vento e o mar e as fotos e as noivinhas (pássaros daqui que, curiosos, voam beeeem pertinho da gente, parados no ar quase como que beija-flores). até as pedras, neste dia especial, pareciam mais amigas.
seguimos as trilhas pelas pedras, grandes e pequenas. tive medo em algumas partes do caminho, mas nada incontrolável. pensei que a descida ia ser pior (como realmente foi).
passamos por mato, perdras, e cactos, e chegamos lááááá encima, num segundo mirante, onde o vento falou, trazendo mais noivinhas, trazendo o cheiro e o som do mar, e trazendo recordações das quais preferi tentar fugir. tem um certo tipo de vento que, aliado a um certo tipo de mar, me faz lembrar de um passado distante do qual tenho uma saudade meio que amarga. angola, angola... o guia acabou me livrando dessa nostalgia, ao começar a me cutucar com palavras. guia bom de papo! adoro conversar com ele! tiramos fotos. de um lado, o mar do abreu. de outro, a praia onde fica a pousada (sueste), e a pousada em si, que ficou pequenininha lá do alto!
conversamos um pouco e seguimos prum novo lugar, pra ver o mar sob uma nova perspectiva. sem fotos desta vez, porque deixamos a bola pra trás. a vista tinha tartarugas e ondas e azuis lindos. azuis escuros móveis conforme a cadência das nuvens; azuis claros se movendo em sintonina com os escuros. lindo demais, o mar. ah, o mar. tou sempre encantada com o mar. olhei pro mar até vir a fome. fooooooome! bora comer? fomos, embaixo da sombra de uma burra leiteira (nome esse que, dado a uma árvore, ainda me espanta). sanduíches, nham, nham, e água, e mais conversas. após o 'almoço', começamos a nossa descida. desce um pouquinho, descansa um pouquinho, tira mais fotos, e segue caminho. pedras. precipícios. medo. muito medo. medo incontrolável, de fazer tremer as pernas e deixar a boca seca. de pensar ‘como foi que me meti nisso aqui? ai!’.
agradeci ao guia pela proteção, pela ajuda, pelo apoio, pelo cuidado. e ainda não acredito que consegui descer! ufa! tivemos cuidado, e saímos ilesos das pedras e dos precipícios e dos medos e do alto. lá de cima do morro do espinhaço, guardo a vista inigualável, e também histórias, medo, aventura, e fotos. voltando pro buggy, comemos bolo e tomei água quente. fomos mergulhar no air france (que apesar do nome é uma praia ao lado do porto), e foi mesmo um mergulho rápido, conforme prometido pelo guia. tinha moréia e peixes enormes e lindos dos quais os nomes me fogem todos agora. e tinha ouriços e pedras e algas e água muito turva, parecida com a do sueste. e tinha tartarugas e peixinhos coloridos. não gostei da água muito fria, mas adorei as coxinhas que comi lá no museu do tubarão, esfomeada após um dia de muita andança, escalada, e natação. seis da tarde, hora de voltar correndo pra casa, onde tomei banho e enfrentei minha jornada de trabalho até depois da meia-noite. delícia esse dia que, apesar de cansativo, me divertiu!
hoje foi parecido. acordei às oito, ainda cansada e com sono. coloquei biquini, separei nadadeiras, máscara e snorkel, preparei a bolsa com água e comida e protetor solar, dei uma olhada nas coisas do hotel pra ter certeza de que ficaria tudo em ordem, e parti pro passeio! a idéia era passar o dia inteiro no mar, nadando tudo o que fosse possível no chamado 'mar de dentro' (que em teoria é o mar que, se atravessado, dá no continente). primeiramente, passamos em uma praia no meio do caminho pra deixar o que seria nosso lanche de almoço. olhem que vista maravilhosa, essa da praia da conceição:
fomos então pro lugar onde começamos o passeio em si. saímos do extremo da ilha que começa no air france, com maré alta. antes de entrarmos na água, tiramos foto:
nadamos, vimos peixes muito diferentes daqueles do dia anterior, passamos pelo porto, visitamos o naufrágio, passamos por várias arraias e muitas tartarugas, por um cardume de sardinhas e por vários peixes enormes e azuis (não, não lembro o nome dos peixes, e até o guia já está se irritando comigo por isso, socorro!). chegando na biboca, vimos tubarões dos quais não tive medo, porque eram todos menores que eu. olhem como estou quase virando ilhéu! *rs* contornamos uma parece de pedra, e demos uma parada na extensão da praia da biboca, pra tomar um solzinho e espantar o frio da água gelada. deitei nas pedras quentinhas enquanto o guia explorava uma trilha que ia dali sabe-se lá pra onde. ele voltando, entramos no mar e passei mais frio. nadamos até uma caverna que fica embaixo do forte dos remédios, bem ao lado do urro do leão. choveu, nos abrigamos da chuva, e depois seguimos nadando. passamos pelas praias do cahorro e do meio, e fomos vendo vááááárias coisas no caminho. o fundo do mar é mágico! absolutamente mágico! :-D chegamos na praia da conceição, e eu ainda estava com frio. tentamos comer o nosso 'almoço', mas ele estava cheio de formigas. nããããão! já eram duas da tarde, e eu com frio e com fome sugeri almoçarmos algo, claaaaaro! voltamos pro air france de carona, pegamos o buggy, e fomos pro açaí. comi meio litro de açaí com granola, dois diamantes negros, e dois alpinos. acho que eu estava MESMO com fome! já pensou? precisando trabalhar à noitinha, e lembrando do frio todo que o mar estava, decidi caminhar ao invés de continuar nadando. fomos até o bode, passeamos pela praia, fizemos alongamento, subimos num mirante (entre o bode e o americano), tiramos fotos.
o sol estava quase se pondo quando voltei pra casa pra tomar banho, me encher de hidratante (o rosto, mesmo com muito protetor, ficou vermelho depois de dois dias seguidos com tanto passeio!), e vir trabalhar. noite cheia na pousada, com várias reservas pro jantar. sucesso absoluto durante a noite toda: nunca recebi tantos elogios num dia só! TODOS os clientes elogiaram a comida, o serviço dos garçons, e até o recepcionista! imaginem se não morri de alegria, enchendo a bola de todo mundo que estava trabalhando hoje! a felicidade está nas pequenas coisas. e eu morro de orgulho toda vez que o pessoal elogia os meus funcionários, porque eles, mais que ninguém, merecem isso e MUITO mais!
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