just like heaven

Tudo parece ousado àquele que a nada se atreve, por isso... atreva-se!

24 maio 2005

Começa a aventura: Adri em Cornell

Nenhum post no JLH neste momento crucial porque a última semana foi, evidentemente, um frenesi de tarefas de última hora e preocupações. A minha pequenina querida partiu para os EUA ontem às 22 horas em um avião da Varig para New York, pegando a seguir conexão para Ithaca, carregando sozinha de um aeroporto a outro uma mala de 29 kg, uma outra de 13 kg e ainda uma bolsa de mão abarrotada.

Não vou tentar fazer as coisas parecerem empolgantes nem fofinhas. Mas vou contar do fim pro começo, para passar pelas partes chatas primeiro.

Na manhã de hoje quase não consegui me levantar de tanto cansaço e sono acumulados. A manhã de chuva me obrigou a vir para o trabalho de ônibus em vez de na revigorante bike, sentindo a cabeça pesada e o corpo dolorido, lendo a biografia de Aldo Manuzio até quase ficar com náusea dentro do Clínicas-Jardim das Palmas.

A despedida, às 22 horas de ontem em Guarulhos, foi, óbvio, triste e estressante. Voltei para casa num caríssimo táxi, gentilmente pago pela sogra.

Horas antes da partida fizemos uma microfesta de aniversário para a Drídri - sim, o vôo dela partiu no dia do aniversário - , com merengue de morango.

Antes disso, fiz uma siesta conturbada de 1 hora e meia enquanto a Drídri fazia suas errandas finais.

Ainda antes disso, houve um almoço no - of all places! - TGI Friday's com a sogra e a cunhada.

No domingo, a Drídri fez a arrumação final das malas enquanto eu instalava o alambrado de metal no andar de cima do apartamento. Explico: uma das nossas três gatas desenvolveu o hábito de roer a rede de nylon, abrindo furos enormes, através de um dos quais ela conseguiu passar e se pendurar pelo lado de fora - no décimo segundo andar! - numa noite de sexta-feira, há três semanas. A desmiolada Lilica só ainda vive porque eu casualmente a vi agarrada à rede por fora ao preparar a cama para dormir. No desespero, eu e a Xuca cortamos a rede para conseguir puxar a gata para dentro de volta. E ficamos determinados a colocar uma intransponível rede de arame por cima da de nylon. A instalação não foi fácil e me deixou com as mãos completamente arranhadas. Não, não era arame farpado, mas foi preciso cortar e amarrar muitos pedaços de arame, e aí já viu. Mas parece que enfim contivemos o impulso suicida da gata - ao menos enquanto ela não aprender a manejar um alicate de corte.

No sábado foi a reunião dos amigos no Lambretta, que é um misto improvável de padaria e lanchonete na rua Renato Paes de Barros. Muitos convidados não apareceram, mas e daí? Vários presentes e também não presentes tinham deixado comigo seus recados de despedida por escrito, e todos eles ficaram reunidos num pequeno livro de bolso que eu editei, imprimi e encadernei e dei à Drídri como presente durante o jantar (leia mais acima, no post de 1º de junho)...