just like heaven

Tudo parece ousado àquele que a nada se atreve, por isso... atreva-se!

17 agosto 2004

Drídri e eu fomos e voltamos do interior (ler com sotaque, poir favoir). Da terra do vô e da vó maternos da minha pequenina, que já se sabe, são vôvós extremamente xucos. Drídri, que passou a semana anterior ansiosa nos preparativos, acordou antes da hora de tanta vontade de logo partir, e aproveitamos para pegar a monstrópole ainda dormindo e sem engarrafamento. No caminho de ida (e também no de volta) fotografei algumas paisagens, a estrada deserta e tranquila de dirigir, extensões infinitas de plantações e alguns muuus intercalados com essas plantações, mas os muuus não quiseram sair bem nas fotos por causa da nossa velocidade; já as canas e campos de girassóis viraram belas massas verdes e amarelas de fundo para as brincadeiras da minha condutora cantante-dançante-brincante de óculos escuros Armani. A Rádio Mienta (iPod+iTrip) tocou velhos sucessos e obras-primas desconhecidas dos anos 80 com o inimaginável acompanhamento ao vivo da Jew's Harp deste que tecla. Tomei muita água e a Drídri suco de morango, na etapa inicial de nosso inevitável engordamento viajeiro, tendo-nos comprometido a tomar pelo menos um banana split da Creôla a cada dia da estadia. Gulosos aos pares são mutuamente indulgentes com os excessos. Chegamos lá em cinco horas, sem quebrar regras de condução, somente não parando no caminho para nada. Logo na primeira tarde visitamos uma sorveteria inédita (isto é, uma aonde nunca fomos antes) na Avenida Brasília, e lá comemos um banana split cada um, e os vôvós um colegial cada. Muita leitura, conversas e algum cochilo. Drídri dormiu bem como raramente. Tentei evitar roncar muito.
No segundo dia, passamos na Casa Europa, aquela padaria chique com teto de zinco, e levamos uma torta de palmito para a tia Aninha e as primas, que nos receberam com nhoque, polpettini, salada e alguma outra coisa muito gostosa que não lembro mais. Vai se acostumando que ainda falaremos mais de comida neste post. A temperatura estava apenas não-morna na cidade onde nunca faz frio, tampouco quente o bastante para largarmos mão dos agasalhos, mesmo de dia. Para uma segunda sobremesa, ou se preferir, lanche da tarde, estivemos na Creôla; mas já meio empanturrados, ficamos apenas na taça colegial em vez do planejado split duplo. À noite, churrasco na casa de Peprí + Fran, em companhia da Lu e do César, onde conferimos a gracinha da Bia, já quase um ano e aprontando muito com a casinha de material fofo que a Drídri deu de presente adiantado.
Terceiro dia, acordamos tão tarde que a jornada praticamente começou no caprichado almoço dos vôvós mais a tia, tio e primas. Tudo perfeito, consenso da família! Repletos de nutrientes, acabamos por desistir de buscar docinhos na Abelhinha, quebrando a sagrada tradição que já durava duas viagens. Em lugar de siesta, Drídri e eu visitamos a Lu e o César no trabalho, e finalmente conhecemos o Logan, o cãozinho fofo, meigo e carinhoso que apaixonou a Drídri. Nunca imaginei que minha querida pudesse nutrir tamanha simpatia por um pit bull, mas este em particular é tratado a pão-de-ló e água-de-coco, e como resultado é tão bonzinho como poderia ser o melhor filhotão sem noção do próprio tamanho do mundo. Não cansamos de brincar com o bichinho e dele tirar fotos que, espero, estarão aqui em breve para comprovar como só cara de mau não intimida a minha pequena. Tarde inteira gasta nessa brincadeira canina e também com bolas de sorvete, é óbvio. A Drídri começou então a sentir os primeiros sintomas da gripe que pegou ela de jeito logo adiante. Na volta à casa dos vôvós, passei na quermesse no templo budista Hongwanji, que apropriadamente só tinha comida para comprar, e levei uma bandeja de manju; a minha xuca ficou quase ofendida quando perguntei se ela já conhecia o templo. Wieso nicht!?
À noitinha, a pequenina de fato caiu em febre (38,66 graus, não menos) e o seu grandão tomou conta dela como podia. Felizmente, ela se recuperou bem e depressa e na manhã seguinte partimos para casa com a vó de carona, sem qualquer mudança nos planos. Estrada novamente vazia e céu ensolarado, finalmente consegui fazer a foto da curiosa placa dos "Treminhões" e paramos no RodoServ Star, nas chapadas da região de Botucatu (que eu confundi aqui com Bauru, típico do maridinho confuso), para uma coxinha divina e três brigadeiros (eu avisei que voltaria a falar de comida). A viagem terminou com o Drimiaumóvel (ou Miaudrimóvel) sujinho e nossas barrigas grandonas, mas já estou tomando providências com as minhas bikes e a xuca está se cuidando bem da gripe com a ajuda do clima melhor por aqui. Fim do relato de viagem, incompleto porém sincero, lembranças e carinho para todos.