Como alguém que me conhece tão pouco que nem o Alê pode dizer tanto de mim só pela minha voz e meu jeito de falar? Depois de meio minuto de conversa ele falou: ‘cê tá triste, né?’, ao que eu, tentando disfarçar (ou fugir) respondi que não, que na verdade eu estou chateada... é o trabalho da pós... ontem fui lá, na última orientação, e voltei pra casa com um zilhão de pequenas mudanças por fazer... que saco! Queria mesmo imprimir e pronto! Como tudo na vida: queria não Ter que mudar nada e que as coisas todas se resolvessem assim mesmo, de supetão, e por si mesmas. Mas tudo bem... ainda ganhei mais um delicioso final de semana pra poder fazer todas as mudanças no trabalho, o que deixa a data de entrega do monstrinho postergada pra segunda-feira que vem, dia 19, aniversário da Adri Jiménez (nossa! Preciso colocar uma foto dela no friends’ pix!). É óbvio que na hora ele falou: mas não é só isso, né? E é óbvio que tive que confessar que não era, mas que não queria falar sobre isso... Não sei qual é o problema real, porque em horas como essas tudo parece um saco e um problema novo surge em cada esquina. Por exemplo: além da bosta do trabalho que vai consumir mais muitas horas preciosas que eu já pretendia usar com fins mais divertidos, tem a minha irmã que tem estado constantemente mal-humorada, tem o fato deu não estar conseguindo me alimentar como gostaria, tem o sono que não quer me deixar há quase duas semanas, tem a falta que meu pai me faz, tem a droga do netscape que parece não funcionar direito, tem o relacionamento-suspense com o BigT, tem a saudade que sinto de todos os meus melhores amigos, tem esta porra desta planilha no trabalho que não fica pronta nunca (e parece crescer cada vez mais), tem a rejeição provocada por quem quer mas não quer estar comigo, tem Megasena que teima em não me premiar nunca, tem a droga do Hopi-Hari que não vai abrir amanhã pro que preciso, tem o pessoal que me ama e quer bem tão loooooooooongeeeeeeeee..... Todas pequenas pedras no sapato, que às vezes incomodam! Não sei bem como funciona isso da nossa psique. O que faz com que em um dia eu esteja radiante, mesmo com várias desgraças ao redor, e em outro em que tudo parece calmo e normal eu fique este bagaço deprimido e deprimente? Como funcionam os mecanismos que regem a tristeza em nosso organismo? Hoje comi um sanduíche MARAVILHOSO (boa comida e bons doces costumam ser infalíveis para cheer me up), e comi com delírio (quem me conhece sabe exatamente do que estou falando:-)), mas não me animei... Claro que ontem eu não estava assim... foi, na verdade, um comentário besta do meu chefe que me deixou assim. Ele disse pra quem quisesse ouvir que estou atrasada no meu projeto, o que não é verdade de forma alguma! Que saco ter que ouvir algo sem merecer! Depois fui perguntar por que cargas d’água EU estou atrasada, ao que ele respondeu ‘... É mesmo... Vc tá até adiantada... Devo ter falado isso por causa da minha pressa em ver tudo isso pronto...’ Ah, vá à merda! Sabe? De raiva deu vontade de jogar tudo pro alto e ir embora pra casa assim, sem mais nem menos, o que vou acabar fazendo daqui a poucas horas, porque afinal de contas hoje é dia de rodízio e EU não vou ficar aqui até às 20hs, pelo menos não hoje. Mas a questão principal é que uma coisa tão minúscula não teria me chateado, se eu estivesse na CNTP... como nosso amigo Quiquinho canta, ‘deve ser a gota d’água...’ Como se realmente fosse a última gota antes do copo transbordar... e não estou brava, como pode parecer num primeiro instante, principalmente depois de ler que mandei meu chefe àquele lugar, mas estou triste. Triste, triste, triste. Como se a sombra de Mordor estivesse pairando no ar, fazendo do meu coração algo muito pequeno e gelado, aprisionado, pesado... Hermética, eu? Depois de escrever tudo isso? Se não falo mais é porque não sei... por que estou realmente triste? Por tudo aquilo escrito acima e por nada disso ao mesmo tempo... na verdade ainda não sei por que, mesmo, tô tão triste, help me to find out! Alguma sugestão? Por que VOCÊ fica triste?
Incrível o Alê, lá tão longe, ter percebido tão rápido e de forma tão clara... acho que é assim mesmo... como se a gente tivesse algum tipo de conexão com os amigos do peito... como se você se importasse tanto com alguém, e o quisesse tão bem, que é capaz de sentir esse alguém, não importando a distância ou o tempo (que na verdade é uma distância num plano diferente, não deixando por isso de ser uma distância ;-)). Isso acontece com poucas pessoas. Com o Gu, acontece até hoje, como se houvesse uma espécie de cordinha que ele puxa quando tá maus que vem dar exatamente no meu coração. Não sabia que tinha alguém onde minha cordinha ia dar... And love will never ever tear us apart, como cantava o fabuloso Michael Hutchence, ou love will tear us apart, again, como cantava o mestre Ian Curtis? O fato é que o amor sempre acaba se intrometendo no meio de tudo... porque, afinal de contas, como já cantava o guru Lennon, love is all you need. And he couldn’t be more right about it. Nossa... tô precisando voltar pras aulinhas de ingreis! Senão daqui a pouco nem eu miguento! Talvez fosse melhor dizer que o amor move montanhas... mas quem de nós somos montanhas, anyway? Se bem que podemos nos esconder atrás de várias... mas deixa esse papo doido pra lá... let’s get back to work... vamos ver se adianto um pouquinho mais do projeto e da planilha filha da mãe (p.s.: não quero que ninguém diga que este bloguinho não é recomendado para menores de seiláeuquantos anos...).
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